A sessão Maturando o Tempo dialoga sobre territórios. Parafraseando “Performances do Tempo Espiralar” de Leda Maria Martins, a repetição de modos torna-se a origem do que temos enquanto cultura, através da transferência desses saberes, pela fala, música, dança, espiritualidade, comida… constituímos o que classificamos como a base cultural e memória de um povo.
Caminhando pelas palavras férteis de Leda, trouxemos como narrativas para compor o diálogo da sessão, “Orixás Center” de Mayara Ferrão que fabula através da cosmologia yorubana os arquétipos dos Orixás, representados em diversas paisagens que compõem a cidade de Salvador, traçando rotas visuais – sonoras entre a espiritualidade e o corpo negro. Em sequência “Pirenopolynda”, de Izzi Vitorio, Tita Maravilha e Bruno Victor, narra o encontro de três amigas que carregam consigo memórias afetivas de seu território, uma delas é a Festa do Divino. Ao revisitar tais memórias, Tita, decide reconstruir e re-tradicionalizar o festejo através de um olhar decolonial. Em “Ramal”, de Higor Gomes, retrata um grupo de jovens motociclistas que se encontram em um viaduto, entre as montanhas da periferia de Sabará (MG), buscando a liberdade e alívio da rotina diária de trabalho. No documentário “João de Una tem um Boi”, de Pablo Monteiro e Coletivo LAB+SLZ, retrata a “Morte do Boi de João de Una” , festejo tradicional que marca o calendário de obrigações da casa de Joseph Joan, carinhosamente conhecido como Pai Joan. Lugar onde caixas, tambores, radiolas, matracas e pandeiros se encontram em um só território.