Conta o mito que nas festas do Orun (Céu), era Exú que tocava o atabaque. Quando o criou, Olorun legou a Exú o poder do som, elemento de ligação entre tudo que existe e principal veículo de alegria. Exú então tocava e tocava seu atabaque nas cerimônias, animava os outros Orixás com seus timbres, sopros e tons.
Certo dia, os Orixás confundiram seus sons com barulhos e pediram a Exú que parasse de tocar, pois suas cantigas estavam altas demais.
Mas os Orixás esqueceram que aquilo que dava vida ao culto era o atabaque e a humanidade começou a esquecer de suas oferendas, de suas danças e de seu axé, pois era o som da mão no couro que nos lembrava disso.
Para a vida voltar, Exú passou aos Ogãs a função de tocar os atabaques e o conhecimento de enlaçar, na melodia, o terreno e o sagrado 2 .
É pensando nas conexões pretas feitas no toque do atabaque que o Lab Negras Narrativas 2024 abre seu Ilê, nossa casa e nossa roça, onde tudo é som.
Em sua 6ª edição, o LNN será composto por três etapas inspiradas nos três tambores que puxam o Xirê: Rum, Rumpi e Le.