Quilombo do audiovisual e do cinema negros

A APAN é uma organização não governamental, sem fins lucrativos e apartidária, dedicada à articulação, mobilização, incidência política e representação em todas as cinco regiões do país.

Defende o fortalecimento das Ações Afirmativas como princípio central e estratégia política essencial para garantir a inclusão e a permanência de profissionais e narrativas negras no setor audiovisual, além de avançar no combate ao racismo.

A APAN é o resultado de uma colaboração histórica entre cineastas e profissionais do setor audiovisual brasileiro, comprometida com o fortalecimento de políticas públicas e o estímulo a iniciativas positivas de mercado que promovam e ampliem o audiovisual negro no Brasil. Seus eixos centrais são a articulação setorial e o desenvolvimento profissional e de lideranças, com atenção especial às questões raciais, de gênero e territoriais relacionadas ao cenário audiovisual brasileiro.

A missão da APAN é consolidar a presença de pessoas negras em múltiplas áreas do audiovisual, promovendo narrativas, transformando percepções sociais sobre a negritude, combatendo o racismo estrutural e evidenciando oportunidades de construção coletiva entre pessoas negras nas políticas públicas, no mercado de trabalho e no empreendedorismo.

Historicamente, um quilombo era uma comunidade de refúgio formada por pessoas negras que fugiam da escravidão durante o período colonial brasileiro. Entre os séculos XVI e XIX, existiram milhares de quilombos no Brasil, sendo o mais famoso — Palmares — quase considerado um estado devido ao seu tamanho. Como Palmares resistiu à violência colonial por mais de um século, adquiriu um status mítico. Embora ainda existam comunidades relacionadas aos quilombos originais, também usamos as palavras quilombo e aquilombamento de forma simbólica, para nomear grupos de pessoas negras que se unem para resistir ao racismo e à neocolonialidade.

Resultados APAN

Acompanhe conosco os nossos números

APAN

A APAN (Associação de Profissionais do Audiovisual Negro) é uma organização brasileira, sem fins lucrativos e apartidária, fundada em 2016.

+1200

Associades nas 5 regiões do Brasil

Todesplay

plataforma de streaming que se destaca por seu foco em produções audiovisuais com foco em diversidade e representatividade, com produções de pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+.

+10.819

Usuários cadastrados

+200

Títulos Licenciados

Lab Negras Narrativas

O Lab Negras Narrativas é um laboratório de desenvolvimento de projetos audiovisuais, oferecendo consultoria em roteiro, direção e produção para fortalecer narrativas afrocentradas.

785

Projetos inscritos nas chamadas de 2022 a 2024

54

Projetos selecionados de 2020 a 2023, entre curtas, longas e narrativas seriadas

APAN Formações

O APAN Formações é uma plataforma educativa voltada à oferta de cursos e formações com perspectiva negra, voltados ao fortalecimento de narrativas e práticas audiovisuais antirracistas no Brasil

9

Ações afirmativas

+100

participantes certificados em 2022 e 2023

FAPAN

O FAPAN (Fundo de Amparo a Profissionais do Audiovisual Negro) é um fundo emergencial durante a pandemia da COVID‑19 para oferecer apoio financeiro a profissionais negros, LGBTQIA+, mulheres chefes de família e pessoas com deficiência no setor audiovisual

+80

Famílias apoiadas e 2020

+1300

Famílias apoiadas em 2021 em parceria com a Netflix

Nossa memória

Nossa memória, nossas conquistas: honrando os caminhos trilhados pelos que vieram antes de nós.

2015 – Fundação da organização

2016 – APAN como entidade formal

Em 2015, 20 cineastas negres de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador entenderam a urgência e a potência de fundar uma organização para representar os interesses de profissionais negres no setor audiovisual brasileiro. O objetivo: resistir a um processo de negação de nossas existências, corpos, vozes e obras nos espaços de poder e de tomada de decisão e trabalhar pelo desenvolvimento das políticas públicas para o setor.

Para seguir numa construção histórica na qual nós negros somos essenciais para existência da nação brasileira e sua produção audiovisual, compreendemos a importância de uma articulação política atenta a um debate racial, como fizeram também Zózimo Bulbul e Joel Zito Araújo.

Zózimo Bulbul – que encontrou no Cinema Novo a possibilidade de narrar o mundo a partir de si, ressignificando a imagem dos corpos negros por ele próprio – com sua obra-prima, o filme. “Alma no Olho” (1973) e no fim da década de 90, Joel Zito Araújo, cineasta negro e Doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP com sua tese  “A Negação do Brasil” – que analisa as estereotipias de representação ao negro (obra que também virou documentário)

2019 – Primeiro eleição para descentralização

O compromisso com a construção de um audiovisual brasileiro, pautado no debate racial, de gênero e territorialidade, bases para uma real  democratização e a descentralização do setor, tomam corpo em nossas ações em 2019 na primeira eleição que forma cm o conselho fiscal e deliberativo, com uma representação e de cada região do Brasil. O objetivo do conselho: criar um discurso consistente de diversidade, sem silenciar ou oprimir as pessoas negras associadas, com um olhar atento às desigualdades e desníveis de acesso presentes nossa realidade.

2020 – APAN Formações, RAIO, TodesPlay

2020 – FIANB

2021 – FAPAN

2022 – Encontro Nacional APAN

Nosso quilombo, nossa força

A participação das mais de 950 pessoas associadas, acontece em uma  assembleia bimestral. Outro campo de atuação dos associades são os Grupos de Trabalho, que hoje somam seis, a saber: distribuição, formação, legislação, fomento, articulação e projeto que, de maneira autônoma e em diálogo direto com a representação institucional, constroem suas discussões e proposições.

As ações da APAN são ações em construção e reconstrução, são ações de escuta das demandas de seus associades e que estão atentas ao movimento de mercado e movimento de um país. Há lutas históricas no fazer cotidiano desta associação, mas há também ações que partem de uma resistência que desconhece a crise de um setor e reconhece a crise de um projeto de país e nação que nos violenta, silencia e mata diariamente e, dentro desta crise sistêmica, está também o setor cultural e audiovisual. Há, portanto, uma luta histórica e há, também, uma adaptação aos momentos políticos do país e do setor cultural; ao passo que há expansão, ampliação, há passos e pausas estratégicas para lidarmos com um olhar que identifique  retrocessos e silenciamentos, para restabelecermos negociações, para negarmos outras negociações. Todas essas ações feitas, mantidas e atualizadas pela mesma missão de consolidar a presença de pessoas negras e nossas narrativas em distintos elos de ação e representação.

2023 – Todes Juntes em construção

Quilombo é uma história, é uma palavra que tem história, afirmou Maria Beatriz Nascimento. Honramos, celebramos e seguimos construindo essa história como apan, como artistas, como povo negro deste país.